Andava pela rua e não via ninguém. Apenas o negrume da escuridão. A coruja não lhe fazia companhia. Nem os morcegos. Nem as estrelas, com quem costuma conversar. Ninguém. A lua? Ela também não estava lá.
Ele não sabia para onde ia. Nem onde estava. Não tinha como se orientar. Não havia placas. Mesmo que houvesse, como lê-las? Não tinha uma lanterna em mãos. Não via os possíveis caminhos a tomar. Andava, andava, sem se dar conta de que estava perdido.
Estava sozinho, completamente só. Não havia cor ali, a acompanhá-lo. O preto dominava. Igual a gene dominante de letra maiúscula.
Pisava no chão duro, sem folhas a farfalhar. O único som eram seus passos e sua respiração.
Começou a correr. Voar. Tinha pressa de chegar. Chegar aonde? Em algum lugar, no futuro.
Mas de que adiantará o futuro se esqueceu o livrinho de colorir e o lápis de cor no presente?
Quase a mesma a praça
Há um ano
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