terça-feira, 22 de junho de 2010

Pseudo-Código

A - Estou cansado.
B - É?
A - É!
B - Cansado de que?
A - Disso.
B - Disso o que?
A - Disso. Só disso.
B - Sou obrigado a adivinhar o que é disso?
A - Ah, achei que soubesse.
B - Tenho cara de adivinho?
A - Não. Você tem a cara que a mistura do espermatozóide com o óvulo te deu.
B - Então?!
A - Achei que você era meu amigo.
B - E não sou?
A - Amigos se entendem.
B - E nós não nos entendemos?
A - Pelo jeito, não.
B - De onde você tirou isso?
A - Amigos não precisam de palavras.
B - Ah, não?
A - Não.
B - Precisam de que então?
A - Sintonia.
B - Sintonia é telepatia então?
A - Não.
B - É o que?
A - Sintonia. Apenas sintonia.
B - Desisto.
A - Desiste?
B - Desisto!
A - De mim?
B - Não.
A - De que?
B - De entender seu papo.
A - Ah, você não me entende.
B - Não, não entendo.
A - Achei que você fosse bom em interpretação de códigos.
B - Isso não é código.
A - Como não?
B - Não sendo.
A - Claro que é.
B - Pode ser uma tentativa. Mas não é propriamente um código.
A - Ah, ãhn.
B - Hum.

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©2007 '' Por Elke di Barros