terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Serpente

Eu percebi que tinha deixado de ser menina quando tive sonhos diferentes.  Que tinham você como um dos personagens.
Tive que ser mulher para saber que não podia te contar o que sonhara. Pelo menos não naquele momento.
Um apartamento. Um mal estar. Uma serpente. O medo. Um colo. Tons pastéis. Azul cintilante.
Fragmentos que vi de olhos fechados, pedaços avulsos que tinham lógica. Suficientes para eu entender o que se passava comigo. Tomara conta de mim um amor quase impossível.
Tive que ser mulher para te amar sem sofrer. Amar apenas desejando o bem.
Amar sonhando e lembrando da serpente azul deslizando no banheiro do apê do sonho.

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©2007 '' Por Elke di Barros