terça-feira, 12 de abril de 2011

Como uma Sereia

Analu não tinha muita opção. Ou enfrentava, ou recuava. Mas às vezes ter mais de uma opção é um problema. Obriga a fazer uma escolha. E nem sempre sabemos o melhor caminho a seguir. É o caso de Analu agora. Ela não sabe o que fazer. Não sabe o que escolher para si. Tem medo dos espinhos das plantas que pode encontrar na estrada. Mas no fundo, lá no fundo, ela sabe o que quer.
Chegou em casa, passou a tranca na fechadura da porta da sala. Pensa nas duas opções. Quase de descabela. Analu é uma pessoa estressada. Ainda bem que tem cabelo curto. Senão, arrancado as madeixas já teria. Ainda bem também que tem uma banheira. Foi para lá que seguiu. Pegou alguns sais para banho, que não sei precisar quais eram, no armário embaixo da pia.
Fez um mar de espumas e mergulhou lá dentro, prendendo o fôlego. Não sentia o aroma, mas podia sentir a maciez dos sais na pele. É como se toda a toxina acumulada no seu corpo pelo estresse se esvaísse. Sentia-se mais leve a cada segundo que passava como uma sereia.
Ergueu-se de supetão. Como uma sereia? Não! Sim! Não! Sim!
E agora, José? A fada lhe dera uma hora para pensar. Analu sabia o que queria. Mas ela tinha medo da sua escolha.
A água faz parte dela. Da sua essência e personalidade. Mas a arte também. Como viver sem arte? Ela é a única sereia que sobrou. No mar, não tem a quem mostrar sua arte. Foi por isso que ganhou pernas, saiu de lá e foi expor numa galeria. Para fazer um teste. E agora tem que responder em uma hora. Volta para o mar ou vira humana definitivamente, produzindo arte e expondo?
Façam suas apostas.

2 comentários:

Katrina disse...

Eu apostaria na vida, ela sempre ganha


;* bella

Samara disse...

Tenho tedencia em apostar na arte, mas tb sou tão indecisa quanto Analu.

©2007 '' Por Elke di Barros