Ela sabia. Sabia que não podia ficar quieta. Mas ficou. E nem ao certo sabe porque. Porque? Hipóteses são só o que ela tem. Tinha pensado no bem estar do ambiente. Ela estava enraivecida. Não do algoz. Mas de si mesma. Não se conforma de ter ficado quieta.
De nada adianta pensar nisso agora, passará, tem de passar – ela pensa. Não de todo, para, de uma próxima vez, ter uma resposta na ponta da língua. E falar o que tem de ser dito. Colocar-se.
Mentalizando um tapa na sua própria cara, passou um batom vermelho, pegou a bolsa e foi embora.
No ônibus,conseguiu se sentar. Ela estava de sapatilhas, mas no estresse tudo dói, até pés de mulher fora do salto. Foi um alívio ter uma relativa sensação de descanso.
Olhando a paisagem urbana e alheia aos demais passageiros à sua volta, tentou pensar no filho pequeno em casa. Mas não conseguiu. Sua mente retornava à cena desagradável, por mais que fugisse dela.
O ônibus estava parado no trânsito tartarugeiro da cidade. Sim, ela gostava de neologismos às vezes. Rush. Lá fora e dentro dela.
Conflito entre diversos lados, pensamentos e ideias, cada qual com o ego lá em cima, disputando a predominância no cérebro. E no coração.
Fugia de si mesma e voltava. Como criança que foge de casa por cinco minutos.
Em casa, mergulhou no abraço do filho. Mas a mente ficou lá, horas antes.
Quase a mesma a praça
Há um ano
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