terça-feira, 11 de março de 2014
Um novo cenário
Escrito por Juliana Amado às 13:19 0 comentários
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Rosa
Eu gosto de desenhar, mesmo não sabendo fazê-lo muito bem. Não tem problema. O desenho não é meu ganha-pão. É um passatempo. Uma forma de "carpediar".
Eu gosto de brincar com formas geométricas e corpos em movimento. É o meu forte, eu diria. Se é que posso dizer que tenho algum forte. A minha arte não está muito preocupada com conceitos. Não pretendo ser aceita pela história. Desenho, pinto o que quero, para extravasar o que vem de dentro da minha alma. Para vivenciar o momento. É a minha forma de sentir o presente.
Até que um dia, uma rosa cruzou meu caminho. Ou melhor, o desenho de uma rosa. Porque, como diria Magritte, isso não é uma rosa. Um desenho feito por mim, de maneira simples. Quase um caracol e uma folha. Era bonitinho, não nego, mas bem simples. Ou minimalista, nas palavras de quem me pediu para desenhar.
Recebi elogios. Mas um deles, feito dias depois, me marcou. Talvez pelo fato de ser inesperado, não sabia que alguém ainda se lembrava do desenho. Talvez por estar imbuído de carinho. Talvez, talvez... bah. Essa palavra tem sido muito frequente na minha vida ultimamente.
Depois disso, desenhar uma rosa passou a ser muito mais que "carpediar". Passou a ser a certeza de que um sorriso brotaria dos meus lábios enquanto desenhasse.
Escrito por Juliana Amado às 16:50 0 comentários
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Dia de primavera
Tamara chegou um pouco mais cedo do que previra. Sabia que teria que esperar. Mas, mesmo sendo impaciente, não se importou. No ponto de ônibus tinha lugar para sentar. Em frente tinha uma floricultura. Via o colorido e sentia o aroma.
Porque resmungar a si mesma, por ter calculado mal o tempo? Estava um delicioso dia de primavera. Com sol e a brisa a bater suavemente no rosto e o cabelo a voar.
Porque não aproveitar para sentir o amor que exalava do seu peito? Amor pela vida, pela natureza, pela família e por uma determinada pessoa. Sim, Tamara amava alguém e o tal alguém não sabia.
Mas naquela hora isso não importava. O momento era tão único, ímpar. O amor por tudo simplesmente brotava, sem pedir nada em troca.
As árvores ao redor davam-lhe a sensação de estar nos anos 70. E isso a enchia de mais amor. Amor. Por ela própria, pelo tal alguém, pelas flores, pelo mundo, por tudo.
Escrito por Juliana Amado às 16:48 0 comentários
domingo, 26 de janeiro de 2014
Respostas
Às vezes eu me faço umas perguntas. Cujas respostas poderiam ser um sim ou não. Mas só chego a um talvez. E continuo na dúvida.
Seria bom se eu chegasse a uma resposta definitiva? Poderia mudar minha vida? Poderia. Mas seria do jeito que imagino? A estrada tem tantas curvas. Depois que o carro vira, não o vemos mais. A certeza existe? Ou cada grão de areia é um talvez? A maior parte da vida é um quiçá.
Perguntas, caraminholas.
Perguntas, ponderações.
Perguntas, estudo.
Perguntas, observações.
Perguntas e respostas. Será?
Escrito por Juliana Amado às 16:41 0 comentários
sábado, 25 de janeiro de 2014
Ponta-cabeça
Vendo
eu estou
o mundo
a mudar.
A vida
a girar.
O difícil
aparecer.
Aparecer?
Foi fácil
algum dia?
Testes, provas
a surgirem
de surpresa.
Tempo curto.
Tudo rápido.
A mente gira,
corre,
voa.
Roda gigante
ou montanha-russa?
Ponta-cabeça,
pés pelas mãos.
Medo
de cair
e não levantar.
Mas as pernas
sempre se erguem.
Plantando bananeira,
eu vou.
Escrito por Juliana Amado às 16:35 0 comentários
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Alarme
Cartas na mesa.
Verdade.
Desabafo coletivo.
Ato de ouvir.
Espanto.
Alarme
ou falso alarme?
Dor.
Rebola que vai.
Está na hora do almoço.
Choro.
Prato de comida.
Choro.
Sobremesa.
Dor.
Coração vazio.
Algozes,
eles estão ali na frente.
Com pratos de comida.
Dor.
Sentimento de inutilidade.
Estupidez.
Alarme,
falso alarme.
Que será?
Escrito por Juliana Amado às 16:31 0 comentários
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Serpente
Eu percebi que tinha deixado de ser menina quando tive sonhos diferentes. Que tinham você como um dos personagens.
Tive que ser mulher para saber que não podia te contar o que sonhara. Pelo menos não naquele momento.
Um apartamento. Um mal estar. Uma serpente. O medo. Um colo. Tons pastéis. Azul cintilante.
Fragmentos que vi de olhos fechados, pedaços avulsos que tinham lógica. Suficientes para eu entender o que se passava comigo. Tomara conta de mim um amor quase impossível.
Tive que ser mulher para te amar sem sofrer. Amar apenas desejando o bem.
Amar sonhando e lembrando da serpente azul deslizando no banheiro do apê do sonho.
Escrito por Juliana Amado às 16:28 0 comentários